
O deputado federal Antônio Leocádio dos Santos, o Antônio Doido (MDB-PA), foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (16) que mirou um esquema de desvio de verbas públicas e corrupção.
Foram cumpridos, na operação Igapó, 31 mandados de busca e apreensão no Pará e no Distrito Federal, autorizados pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas buscas, foram apreendidos celulares e aparelhos eletrônicos. Houve ainda a quebra do sigilo de dados telefônicos e telemáticos.
As investigações mostraram que havia um esquema de lavagem de dinheiro a partir de recursos vindos de contratos públicos que seriam usados para fins eleitorais “escusos”, segundo o ministro Flávio Dino, e para a aquisição de patrimônio.
O esquema envolveria o coronel da Polícia Militar do Pará, Francisco Galhardo, que chegou a ser preso ao sacar quase R$ 5 milhões de uma agência bancária no estado em 4 de outubro de 2024 - dois dias antes das eleições municipais.
O saque, segundo Flávio Dino, foi monitorado por Antônio Doido. “Não apenas tinha conhecimento como estava monitorando a operação”, diz a decisão, que ainda arremata: Francisco se utilizaria de um grupo de policiais militares para as atividades suspeitas e a movimentação de altas quantias em espécie, sob a égide do deputado federal.
Na decisão, Flávio Dino ainda bloqueia as contas de 12 pessoas físicas e jurídicas em valores que passam de R$ 17 milhões.
Os crimes apurados são corrupção eleitoral, corrupção ativa e passiva, crimes licitatórios, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
No início do mês, a Justiça Eleitoral no Pará tornou Antônio Doido inelegível por oito anos por abuso político e econômico nas eleições de 2024. Dessa decisão, ainda cabe recurso.
A reportagem tenta contato com a defesa de Antônio Doido e demais envolvidos.
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