Vagas na área de educação fazem o desemprego ser o menor já registrado

Vagas de trabalho em atividades ligadas à educação ajudaram o Brasil a registrar no segundo trimestre deste ano a menor taxa de desemprego já apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de

EconomiaAgência Brasilem 01 de Agosto, 2025 14h08m

Vagas de trabalho em atividades ligadas à educação ajudaram o Brasil a registrar no segundo trimestre deste ano a menor taxa de desemprego já apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na quinta-feira (31), o instituto divulgou que a taxa de ocupação no trimestre encerrado em junho ficou em 5,8%, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. O mercado de trabalho brasileiro alcançou 102,3 milhões de trabalhadores ocupados, também recorde na série.

Nessa atividade, o número de ocupados chegou a quase 18,9 milhões, acréscimo de 4,5% em relação ao primeiro trimestre. Isso representa que 807 mil pessoas conseguiram trabalho. Esse grupamento de atividade é o segundo com mais postos, perdendo apenas para o de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com 19,5 milhões de vagas ocupadas.

Ano escolar

Dentro da atividade administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, foi a educação pública e privada que puxou as contratações. São vagas para professores, serventes, inspetores e porteiros, por exemplo, concentradas principalmente nas prefeituras.

A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, explica que há um caráter sazonal, isto é, relacionado à época do ano. A administração pública costuma dispensar trabalhadores na passagem de dezembro para janeiro, recontratando depois, principalmente a partir de março, quando retorna o calendário letivo nas escolas, sobretudo do ensino fundamental.

“Além disso, também as atividades de saúde contribuíram para esse crescimento, mas, de fato, o segmento da educação é bastante relevante nesse processo de recuperação aqui nesse [segundo] trimestre”, disse.

Como se comportaram os demais grupamentos de atividades na comparação entre os primeiro e segundo trimestres:

Publicidade
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: 126 mil vagas (1,7%) Indústria geral: 163 mil vagas (1,2%) Construção: menos 14 mil vagas (queda de 0,2%) Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: 258 mil vagas (1,3%) Transporte, armazenagem e correio: 123 mil vagas (2,1%) Alojamento e alimentação: menos 55 mil vagas (queda de 1%) Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: 223 mil vagas (1,7%) Serviços domésticos: 60 mil vagas (1,1%) Outros serviços: 101 mil vagas (1,9%)

Série atualizada

A Pnad Contínua divulgada em 31 de julho é a primeira com a nova amostra representativa de domicílios, baseada em constatações do Censo 2022.

As revelações do censo fizeram o IBGE reponderar a amostra, de forma que toda a série histórica da Pnad precisou ser revista, um procedimento comum em diversos países.

No entanto, de acordo com Adriana Beringuy, não houve diferença, sendo que em muitos casos a taxa é a mesma.

“A dinâmica do mercado de trabalho foi a mesma”, explicou.

Dos 159 trimestres móveis pesquisados desde 2012, apenas 25 tiveram a taxa de desocupação alterada, sendo que a variação não passou de 0,1 ponto percentual para mais ou para menos.

Desde outubro de 2021, nenhum trimestre sequer sofreu alteração. Assim como na série antiga, o maior índice de desemprego foi de 14,9%, atingido em dois períodos: nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e em março de 2021, ambos durante a pandemia da covid-19.

Publicidade

Comentários

Notícias relacionadas